O zé povinho só pode falar
Mas o mundo todo pode ver
Onde estiver, onde pisar
Nóiz sempre vai ser gueto
À pampa de tanta fofoca
Tamo na rua, dando um salve pique adoniran—saudosa maloca
Canta a vida e conta as notas, zica, brilha e foca
Espanta os filha da!, as intrigas desses pipoca
Se arruma, sorri e acostuma
Ganha grana só pra mostrar que grana não é porra nenhuma
É pela arte, não pelos prêmios
Pisa na high society, faz sua parte bem, mantém a raiz, tipo os gêmeos
Nóiz quer carrão e mansão, né? Por que não?
Tá bem patrão de avião, né? Por que não?
Quer opção, quer salmão, né? Por que não?
Ser feliz, jão, diz aí, por que não?
Se no choro foi nóiz também, por Deus, amém, fase
Hoje esfriando a cabeça, aquecendo as nave
De mente fértil, a mil, tipo um projétil, é tio
Mete o loco, que estouro pra nóiz é pouco
As gola polo de listra, sinistra
As lupa preta, vrá!, e os cordão à vista
Vim deixar claro que sou escuro
Tesouro raro num jogo duro
Mas tô em campo, canto pro meu santo
E os verme treme mais que com o tecnobrega da gaby amarantos
Orgulho negro, sorriso afronta
Nóiz num é melhor nem pior e nem da sua conta
O zé povinho só pode falar
Mas o mundo todo pode ver
Onde estiver, onde pisar
Nóiz sempre vai ser gueto