Autores: Lourival dos Santos e Tião Carreiro
Ritmo: Pagode de Viola.
Na beirada do telhado é morada do cuitelo,
Sanhaço tem pena verde e mora no pé de marmelo,
No galho da laranjeira, sabiá peito amarelo;
No braço desta viola, mineiro de Monte Belo,
Quando eu entro no catira os meus pés são dois martelos.
A onça mora no mato só sai pra pegá o vitelo,
Os pés de moça bonita moram dentro do chinelo,
O rei e a rainha moram dentro do castelo;
Minha voz mora no peito, porisso que me acautelo,
Eu não canto no sereno, pela minha voz eu zelo.
Casamento é coisa boa, dois unidos por um elo,
Eu estou apaixonado e só agora eu me revelo,
Ela tem dois irmãos bravos, eu amanso e depois trelo.
Amanhã eu levo ela, antes meu cavalo eu selo,
A viagem é perigosa, eu arrisco e não cancelo.
Cinturão cheio de bala, levo faca e parabelo,
Se eu perder no ferro frio, pro pau de fogo eu apelo,
Meu dedo não tem juízo no gatilho, quando eu relo,
Caboclo do sangue quente é na bala que eu gelo,
Mineira, vamos embora que eu venço qualquer duelo.